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O tecido adiposo localizado na hipoderme é considerado reservatório energético, isolamento térmico e contribui para modelagem da superfície corporal. Caracteriza-se também como um tecido de preenchimento, contribuindo para a fixação de órgãos e absorção de choques.
Segundo a estrutura, cor, função e localização, este tecido pode ser classificado como multilocular ou unilocular. O multilocular está presente em maior quantidade no recém-nascido, devido a sua especialidade em fornecer energia sob forma de calor, persistindo em poucas regiões no corpo do adulto. Por sua vez, o unilocular é a gordura contida no interior dos adipócitos, que fornece energia para os adipócitos, que fornece energia para o corpo, sob a forma de ATP, e que representa o sítio de maior reserva de triglicerídeos, armazenando as calorias nutricionais que excedem a utilização.
A adiposidade localizada é o excesso de células gordurosas do tipo unilocular ou o aumento de tamanho destas, em determinadas regiões do corpo. Para tratar esse distúrbio existem várias modalidades terapêuticas visando restaurar a harmonia do corpo, sem comprometer a saúde dos indivíduos.
Em relação a lipodistrofia ginóide (LDG) termo conhecido popularmente como celulite, alguns pesquisadores têm investigado sua fisiopatologia e as hipóteses para a origem da LDG se relacionar a arquitetura radial dos septos de gordura do tecido conjuntivo feminino, aumento da lipogênese e da resistência à lipólise promovida pela ampliação da síntese de estrógeno pós-puberdade e ainda a liberação de insulina após dieta hipercalórica com consequente hipertrofia dos adipócitos e hiperplasia dos pré-adipócitos; hiperpolimerização e esclerose do tecido conjuntivo e substância fundamental amorfa dos septos de gordura que causam alterações circulatórias, vascular e linfática, desequilíbrio osmótico, edema celular, compressão vascular, congestão e hipóxia tecidual. Essas alterações teciduais produzem o aspecto inestético de “casca de laranja”, o aparecimento de telangiectasias, dor, sensação de peso e cansaço em membros inferiores (figura 1).
Figura 1. A, tecido tegumentar em condições fisiológicas e B, tecido tegumentar afetado pela LDG.
A gordura localizada ou gordura circunscrita normalmente se associa a LDG, o aumento de volume do adipócito comprime os tecidos adjacentes comprometendo a vascularização tecidual e promovendo uma herniação destes para a derme imediatamente acima.
Além disso, a flacidez de pele ou flacidez muscular pode estar associada a LDG e a gordura localizada na mesma região corporal, proporcionando o aspecto inestético, caracterizando a chamada Síndrome da Desarmonia Corporal.
Diversas modalidades terapêuticas têm sido propostas para o tratamento desta síndrome, incluindo os agentes físicos e os cosméticos.
Dentre os agentes físicos que são indicados para esses tratamentos destacam-se a terapia combinada, radiofrequência, massagem mecânica e correntes terapêuticas como a corrente Aussie.
No tratamento da gordura localizada e celulite, a radiofrequência promove um estímulo lipolítico que se soma ao efeito proporcionado também pela técnica da terapia combinada (ultrassom de alta potência e correntes terapêuticas). O calor intenso proveniente da radiofrequência e a cavitação ultrassônica aumentam o metabolismo nos adipócitos com ativação do sistema nervoso simpático e liberação de adrenalina e noradrenalina na circulação sanguínea. Esses neurotransmissores se ligam a receptores específicos localizados na membrana da célula adipócita. Dessa forma, este estímulo desencadeia uma cascata lipolítica intracelular com quebra da molécula de triglicerídeo em partículas menores (ácidos graxos e glicerol), o que promove redução volumétrica dos adipócitos, e, portanto, perda de medidas. Associados a lipólise, outros efeitos terapêuticos também são evidentes.
A radiofrequência e a terapia combinada, assim como a massagem mecânica, promovem aumento da circulação local, estimulam a remodelagem tecidual e o aumento da síntese de colágeno e elastina por meio da ativação fibroblástica (figura 2). Dessa forma, esses recursos físicos também auxiliam no tratamento da flacidez de pele, a qual pode estar associada a gordura localizada e/ou a LDG na mesma região corporal. Essa associação é clinicamente notável, pois sabe-se que a gordura localizada e a LDG são distúrbios na camada hipodérmica mas que apresentam consequências também na derme, o que causa desestruturação também da camada dérmica.
Não podemos confundir flacidez de pele com flacidez muscular. A flacidez muscular é um déficit na tonicidade muscular, não está relacionada ao comprometimento das estruturas da pele.
Em um protocolo de tratamento de gordura localizada e/ou de LDG, a condição muscular deve ser levada em consideração, pois, muitas vezes, o músculo que se localiza abaixo do tecido gorduroso subcutâneo pode estar comprometido em relação a sua força, tonicidade e trofismo, principalmente porque a grande maioria das pacientes que buscam o tratamento estético são consideradas sedentárias.
Nesse contexto, correntes terapêuticas utilizadas para fortalecimento muscular, como a corrente Aussie promovem o fortalecimento e tonificação muscular, auxiliando na melhora do contorno corporal.
A corrente Aussie foi desenvolvida pelo pesquisador professor PhD Alex Ward da universidade de LaTrobe em Melborne, Austrália, após anos de pesquisas científicas.
Trabalhos científicos mostram que a corrente Aussie é mais confortável e tem uma maior capacidade de gerar força muscular quando comparada a outros tipos de correntes elétricas, como a corrente Russa.
Dessa forma, para um resultado eficaz no tratamento da gordura localizada, celulite e flacidez, seja esta última de pele ou muscular, é de extrema importância a associação de recursos terapêuticos, sejam eles, agentes físicos, cosméticos ou terapias manuais. No contexto de recursos físicos, a radiofrequência, terapia combinada, corrente Aussie e massagem mecânica mostram resultados clínicos visíveis e satisfação do paciente com o tratamento.
Fonte: http://www.negocioestetica.com.br/tratamento-da-celulite-gordura-localizada-e-flacidez/